sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Associação Académica lança fundo para alunos carenciados

A Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) vai lançar um fundo social para apoiar alunos em dificuldades, «alguns dos quais sem dinheiro para refeições», relatou à Agência Lusa, Fausta Parracho, dirigente da AAUBI

Segundo a mentora do projecto, existem 50 casos de carências, entre os quais “há dez casos urgentes, de pessoas que pagam as propinas com dinheiro emprestado e que neste momento não têm possibilidade de comer”, destacou.

Um tipo de situação que deverá ser resolvida “com o pagamento de refeições nas cantinas da universidade”, exemplificou. A dirigente académica falava na noite de segunda-feira numa festa de angariação de verbas.
O fundo pretende servir de rede para quem espera pela atribuição de bolsa, para famílias que sofrem perdas súbitas de rendimento ou para quem tem um incumprimento curricular pontual e justificado, mas que pode implicar perda de bolsa, entre outras situações.
“Cada caso é um caso e será analisado individualmente”, destacou.
Durante um período de tempo, o fundo paga despesas aos alunos em dificuldades que a acção social comprove não ter margem de manobra para apoiar no imediato. “Nunca vamos entregar dinheiro”, sublinhou Fausta Parracho.
“Vamos pagar despesas e esse valor será sempre contabilizado como um empréstimo sem juros, que prevemos seja depois pago pelo aluno ao longo de um ano”, acrescentou.
“A primeira linha de actuação continuará a ser sempre a acção social da universidade. A aplicação do fundo depende sempre da explicação técnica dos serviços para não poderem apoiar”, destaca Pedro Pombo, provedor do estudante da UBI, que juntamente com a AAUBI vai participar na avaliação dos casos.
“Esta ideia demonstra a capacidade e empenho dos alunos para ajudar quem, por questões técnicas, não possa ser abrangido pela acção social”, sublinhou.
Apesar de não estar entre os casos urgentes, Wilson Vicente, estudante cabo-verdiano, dá a cara porque precisa de 200 euros “para pagar a primeira prestação das propinas”, contou à Agência Lusa.
Já sem direito, trabalha na Covilhã, e o que ganha até dá para pagar uma prestação à UBI. No entanto, traz às costas mais de 400 euros de propinas em atraso. Contas feitas, pede um empréstimo que lhe permita repartir o pagamento até Dezembro.
“Em Dezembro cai a segunda prestação das propinas. Estamos a preparar uma nova festa e angariação de fundos para essa altura”, referiu Fausta Parracho.
Altura em que espera já ter o fundo devidamente constituído, com uma verba que ronde, pelo menos, “entre cinco a oito mil euros” e que vai contar com o contributo da reitoria da UBI.
“É de louvar esta atitude dos alunos aos quais já prometi uma verba significativa para subsidiar parte do fundo”, disse à Agência Lusa o reitor João Queiroz.
Lusa/SOL

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